Usina de Letras
Usina de Letras
56 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62193 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50599)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Discursos-->Mais do que imagina a vã sociologia -- 16/06/2001 - 19:35 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mas não são a mesma coisa,
afinal,
o anonimato,
a covardia,
a vã valentia,
a violência
e a desumanidade?

Parafraseio Horkheimer, que, com Adorno, escreveu uma obra fundamental: "Dialética do Esclarecimento".

A frase de Horkheimer:

"Mas a violência e a falta de sentido não são, afinal, a mesma coisa?"

É. Infelizmente, para todos, faz sentido.

Tão boa a pergunta,
que nem precisa de respostas.

Daí, ser a minha resposta uma nova pergunta.

Plagio, traduzo, interpreto, recrio.

_________________________

E, para quem ainda acredita possível encaixar o mundo inteiro num surrado esquema sociológico maniqueísta, do tipo "esquerda/direita" (não consigo deixar de completar com um: "Volver!"),
duas leituras seriam altamente benéficas:

"Esquerda/Direita"
e
"A esquerda na era do karaokê"

[Os dois livros são de Norberto Bobbio. O primeiro já está na praça (Editora da UNESP). O segundo já está traduzido por um colega meu da área de italiano, o Prof. Dr. Hilário A. Amaral, e aguarda publicação.]

_________________________

Palavras, palavras, palavras.
Toda obra literária é, em certo sentido, uma
tradução, uma interpretação. No limite, um plágio.

Para Peter Bichsel: "Literatura é sempre literatura sobre a literatura."

A citação sempre foi um saudável hábito intelectual: o uso ético das aspas.

A pós-modernidade está assistindo, um pouco atônita, ao desaparecimento deste e de muitos outros hábitos saudáveis.

Mas há a citação que, de tão evidente, dispensa aspas e referência. Uma frase como "Brasileiros e Brasileiras", por exemplo, ou "Minha Gente". O riso do ouvinte cumpre o papel que seria das aspas. O próprio sorriso costuma ser entre aspas, entre parênteses, conchetes, chaves. Um espraiar-se do sentido, infinitamente.

Num site literário como o usinadeletras , onde um texto se escreve no calor da hora, pode haver cochilos. Nada que não se resolva com uma troca de e-mails ou de cartas abertas. A leitura diária dos textos dos colegas autores/leitores nos ensina exatamente isso que eu dizia acima: escrever é o exercício da citação contínua, do referir-se, do traduzir, do interpretar, do recriar.

E, de repente, criar se faz possível.

Palavras, palavras, palavras. Essa você sabe quem disse, não é verdade?

Palavra puxa palavra. Mais do que imagina a vã sociologia.

Aspas invisíveis: um texto e seus vazios. Para que o leitor os complete.

Poesia é hesitação entre som e sentido, dizia Valéry. Imbatível. Som e sentido se casam admiravelmente nesta sua frase. Entre o som e o sentido, a hesitação: a poesia.

E seguimos juntando palavras, compondo frases, pilhando os autores de que gostamos muito, aqui e ali, muito ao acaso, na busca do sentido.

Urge conferir sentido às palavras que os homens inventaram, inventam, inventarão. Sim, porque os sentidos muitas vezes se perdem ao longo da história. Há que resgatá-los. Às vezes, também, não temos outra saída: há que se inventar uma nova palavra que ainda não há.

É esse o nosso ofício. Com todos os seus negócios. Com todos os seus ócios. Com todos os seus ossos.

LEIAMO-NOS UNS AOS OUTROS.

Por um dever de ofício, e de humanidade.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui